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20 de Fevereiro de 2023

Tumores Ginecológicos em mulheres jovens

Por Dr. Fabio Fin

Quando falamos em câncer ginecológico, o mais comum para mulheres jovens é o de colo uterino, mas infelizmente não é o único. Há também o câncer de ovário e o de útero (endométrio), por isso a importância de manter o atendimento ginecológico em dia.

Os dados que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) publicou recentemente chamam a atenção para os principais tumores ginecológicos. Estima-se que para o triênio 2023-2025 são esperados 17 mil novos casos de câncer de colo uterino, 7.310 de ovário e 8.840 para carcinomas e corpo útero.

Para saber um pouco mais sobre eles e formas de prevenção, confira nosso artigo completo.

Câncer de Colo de Útero

O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear a doença são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica.

A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.

O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. Este exame é fundamental, pois sua realização periódica permite fazer o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

Além do exame citológico, outra forma eficaz de prevenção é a vacinação, atualmente liberada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Porém é importante enfatizar que a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV.

Quanto ao tratamento, a avaliação do médico, juntamente com o paciente, irão decidir qual estratégia adotar. A decisão passa por inúmeros fatores, sendo os principais o tamanho do tumor, a localização exata e o desejo de ter filhos.

Câncer de Endométrio

Este não é um tumor que ocorre exclusivamente em pacientes na pós menopausa, apesar de ser mais comum nesta faixa etária. Porém pode ocorrer em mulheres em idade fértil. O principal fator  de risco é a obesidade,  mas também o uso de hormônios de forma não controlada, tabagismo e e não ter tido filhos (nulíparas).

Portanto, se houver sangramento em algum período em que as menstruações pararem definitivamente e/ou começar a ocorrer fora do período menstrual, a mulher deve procurar o seu ginecologista imediatamente.

O tratamento pode ser realizado por técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia e a cirurgia robótica. Em alguns casos também está indicada a quimioterapia e ou a radioterapia.

Câncer de Ovário

Este é um tipo de câncer que ocorre de forma silenciosa e, infelizmente, quando aparecem os sintomas já está em uma fase avançada. E ele não ocorre apenas em mulheres de mais idade. Por não ser um tumor comum, não há screening (triagem) para realizar o diagnóstico.

Os sintomas  surgem a medida que o tumor cresce, podendo causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante. Outros sintomas, apesar de menos comuns,  podem surgir como necessidade frequente de urinar e sangramento vaginal.

Ainda que a doença se manifeste em fase avançada, há tratamento com potencial curativo. Diversas modalidades terapêuticas podem ser oferecidas (cirurgia e quimioterapia). A escolha vai depender principalmente do tipo histológico do tumor, do estadiamento, da idade e das condições clínicas da paciente.

Se o câncer for detectado no início – especialmente nas mulheres mais jovens – é possível remover somente o ovário afetado e preservar a fertilidade.

Tem alguma dúvida? Entre em contato e marque uma consulta: (41) 98752-3624

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Dr. Fabio Fin
Cirurgião Oncológico pelo Conselho Federal de Medicina; Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e membro titular da Sociedade Européia e Americana de Oncologia Ginecológica e especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva.