São os tumores malignos que atingem o tecido de sustentação (exceto tecido ósseo e o tecido epitelial), ou seja: músculo estriado, tecido adiposo, tecido conjuntivo fibroso, tecido neural periférico e vasos linfáticos e sanguíneos, principalmente nos membros inferiores (coxa e perna) em 60% dos casos. São tumores raros, cerca de 1% de todos os tumores malignos no adulto e 6,5% nas crianças, sem diferença para sexo e raça. Existem mais de 50 subtipos histológicos, sendo os mais comuns o Lipossarcoma, Fibrossarcoma, Sarcoma pleomórfico, Leiomiossarcoma.
Os Sarcomas de Partes Moles geralmente apresentam-se como uma massa palpável (aumento de volume local), às vezes seguida de dor, principalmente nos tumores de grande dimensão. O diagnostico é feito com a história clínica do paciente associada a exames de imagem e anatomopatológico.
O tratamento é individualizado, levando em conta o estádio clínico da doença e o subtipo histológico de cada tumor. A cirurgia é quase sempre indicada, às vezes, associada à radioterapia e quimioterapia.
A cirurgia oncológica nos tumores músculo-esqueléticos, deve seguir algumas etapas, iniciando-se pela biópsia preferencialmente realizada pelo cirurgião responsável pela cirurgia. A cirurgia com a finalidade curativa (também conhecida como cirurgia com margem oncológica) deve seguir alguns princípios. A ressecção (retirada) do tumor deve sempre ser completa, efetivando também, a ressecção com uma margem de segurança com tecido sadio, mesmo que isso custe ao paciente uma amputação do membro.
Hoje, o conceito de preservação de membro em cirurgia oncológica é bastante conhecido e deve ser indicado sempre que o resultado funcional for superior ao de uma amputação. Existem várias técnicas e materiais criados para fazer a reconstrução do defeito criado pela ressecção do tumor. Quanto aos tumores de partes moles, às vezes, é necessário fazer reconstrução com transferência de tecidos para restaurar as funções dinâmicas. Nos tumores ósseos essas substituições são feitas por endoproteses (próteses internas) não convencionais, sínteses biológicas como auto-enxerto (quando usamos um seguimento ósseo do mesmo paciente para reconstruir o defeito ósseo da ressecção do tumor) e homoenxertos (obtidos através dos doadores de cadáveres com bancos de ossos).
Alguns tumores se desenvolvem em lugares que comprometem estruturas importantes e a amputação acaba sendo o melhor método de cirurgia curativa. Ao contrário do que muitos acreditam, a amputação é um método de tratamento em oncologia para preservar a vida do paciente e não um sinal de perda ou derrota no tratamento.