O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos.
A infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV) tem papel importante no desenvolvimento do câncer do colo do útero. Estudos demonstram que o vírus está presente em mais de 90% dos casos de câncer cervical. A prevenção pode ser feita usando-se preservativos (camisinha) durante a relação sexual, para evitar o contágio pelo HPV.
Os principais fatores de risco estão relacionados ao início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros. Deve-se evitar o tabagismo (diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados) e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, hábitos também associados ao maior risco de desenvolvimento.
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. Este exame é fundamental pois sua realização periódica permite realizar o diagnóstico precoce e tratamento adequado.
O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto que diminui se a mulher conseguir relaxar e se o exame for realizado com boa técnica e de forma delicada. Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) nos dois dias anteriores ao exame; evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado.
Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua saúde ou a do bebê.
• Para a coleta do material, é introduzido um instrumento chamado espéculo na vagina (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);
• O médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
• A seguir, o profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;
• As células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório especializado em citopatologia.
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo periódico. Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente.
A mulher deve retornar ao local onde foi realizado o exame na data marcada para saber o resultado e receber instruções. Tão importante quanto realizar o exame é buscar o resultado e apresentá-lo ao médico.
Se o seu exame acusou:
• Negativo para câncer: se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame preventivo daqui a um ano;
• Alteração (NIC I): repita o exame daqui a seis meses;
• Outras alterações (NIC II e NIC III): o médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer outros exames, como a colposcopia;
• Infecção pelo HPV: você deverá repetir o exame daqui a seis meses;
• Amostra insatisfatória: a quantidade de material não deu para fazer o exame. Você deve repetir o exame logo que for possível.
Independente desses resultados, você pode ter alguma outra infecção que será tratada. Siga o tratamento corretamente. Muitas vezes é preciso que o seu parceiro também receba tratamento. Nesses casos, é bom que ele vá ao médico receber as orientações.
Está liberado pelo Ministério da Saúde o uso de vacina contra o HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As duas vacinas aprovadas para comercialização no Brasil protegem contra dois ou quatro subtipos do vírus: o 6 e o 11 (presentes em 90% dos casos de verrugas genitais) e o 16 e 18 (de alto risco para o câncer do colo o útero (presentes em 90% dos casos de câncer de colo uterino).
É importante enfatizar que as vacinas não protegem contra todos os subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito mesmo em mulheres vacinadas.
É uma doença de desenvolvimento lento que pode cursar sem sintomas em fase inicial e evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados.
A avaliação do médico juntamente com você irão decidir o tratamento. A decisão passa por inúmeros fatores, sendo os principais o tamanho do tumor, a localização exata e o desejo de ter filhos.
Quando indicado cirurgia, pode ser realizado um destes métodos:
• Conização: retirada parcial do colo útero ( cirurgia via vaginal).
• Traquelectomia: retirada de todo o colo do útero com os paramétrios e linfonodos, através de Laparoscopia.
• Histerectomia: retirada do útero com os paramétrios e linfonodos, através da Laparoscopia. Ou há casos em que indicamos Radioterapia e Quimioterapia.